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Jardim das Palmeiras CAIC

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Deficiência Afetiva: raízes e consequências.

SOBRE A PSICOPATIA OU DEFICIÊNCIA AFETIVA, EM NOSSO ENTORNO: RAÍZES E CONSEQUÊNCIAS

Valfrido M. Chaves


São muitas as vertentes que podem contribuir para o entendimento da violência que, neste momento, assusta a sociedade brasileira. Tentarei aqui contribuir nessa discussão enfocando, à luz da psicologia, alguns aspectos do desenvolvimento humano e que podem somar para entendimento da questão.
Na expressão de Camille Paglia, em “Personas Sexuais”, “a sociedade é uma construção artificial, uma defesa contra o poder da natureza. Sem sociedade, estaríamos sendo jogados de um lado para outro nas tempestades do mar da barbárie que é a natureza”. Concordando com esta tese, temos o claro conhecimento de que o homem, ao nascer, é um repertório de possibilidades, e também de impulsos sem limites. Uma das possibilidades com que nascemos, é a de desenvolvermos a amorosidade, ou seja, uma vinculação com o outro, da qual faz parte a noção de que esse outro precisa ser preservado e protegido da própria destrutividade de quem lhe dedica essa amorosidade. Esta capacidade amorosa “preservacionista” tem um período muito curto para se desenvolver no ser humano, e é por ela que passam os derivados do amor, tais como a generosidade, dedicação e, dentre tantas outras manifestações, a empatia. Através dela podemos nos ver no outro e isso é o que nos leva preservar o outro como a nós mesmos. Entendemos que tudo isso pode se passar intuitivamente, sem participação do nosso racional.
Afirmamos que quando alguém, por falhas naturais ou também do ambiente social (família), como disse Tatarana, personagem de Guimarães Rosa, “só mama ruindade desde o que nasceu”, está condenado a não desenvolver sua capacidade amorosa, se tornando então um “deficiente afetivo”, o que é, infelizmente, definitivo. A partir daí e da ausência da capacidade empática, aquele que deveria ser um “ser humano”, não o é. Para tais seres, não há diferença entre chupar uma laranja e jogar seu bagaço, e qualquer uso que se possa fazer da sociedade ou de pessoas. O que importa é a satisfação dos impulsos e de algumas necessidades de um Ego, geralmente primitivo. Neles, as habilidades desenvolvidas fazem a diferença entre aqueles que matam, seqüestram, estupram, sem qualquer sombra de remorso, e aqueles outros que atuam sem escrúpulos no âmbito da “coisa pública” e sudans da vida. Aqueles usam mais violência, estes se valem de mais astúcia. Os unem, a falta do afeto, a incapacidade de empatia com o outro.
Não há duvidas de que a exclusão social, que faz parte tanto de nossas raízes culturais, quanto do modelo econômico que nos foi imposto por organismos internacionais, cria condições ideais para que milhões de crianças cresçam sem ambiência familiar que lhes facultem o desenvolvimento da humanidade dentro de si. Uma das grandes marcas de nossa sociedade é o individualismo e a indiferença. Fazemos a nossa parte no âmbito dos que nos são caros, e olhe lá. Neste momento, está claro a deterioração do tecido social, cujos maiores sintomas são a violência, o crime organizado, a corrupção impune e, sem dúvidas, a droga. Nesta, um dos aspectos menos discutidos, é o financiamento do crime organizado pelos senhores usuários, e que se distribuem democraticamente em todas as classes sociais e correntes ideológicas.
Onde está a saída? Os diagnósticos abarrotam as universidades e bibliotecas; os meios de comunicação de massa, que poderiam ser grandes parceiros, vulgarizam a própria violência e promovem o nada. Uns se mantêm na indiferença, e constróem muros. Outros, fazem ótimos discursos contra a exclusão social, mas promovem mais ódios com trombetas ideológicas ultrapassadas, e mais dividem do que somam. Onde está a saída? Haverá tempo? Que faremos com as milhões de almas perversas que nossa indiferença viu crescer à nossa volta? Enquanto vidas tiverem, o que eles farão conosco e com nossos filhos? Apenas eles serão os culpados pela fatalidade que, aleatoriamente nos contemplará, e aos nossos entes queridos, cobrindo com um manto de dor o resto de nossos dias? Quem viver, verá.

Publicado em 21/03/2003
Valfrido M. Chaves - Pantaneiro, Psicanalista.

APRENDENDO AS VOGAIS

                   O LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
   Hoje o desafio de prender a atenção do aluno, que vive rodeado pela mídia e uma variedade de recursos tecnológicos, sem perder o foco que é a aprendizagem, exige do professor uma profunda reflexão sobre sua prática. Esse ofício sempre foi muito complexo, mas atualmente essa complexidade parece maior, pois além de trabalhar com alguns saberes, como no passado, tem que conviver com os avanços tecnológicos e a complexidade social atual. Vive-se um contexto onde o aluno, inserido numa sala de aula com quatro paredes, quadro, giz, carteiras dispostas uma atrás da outra, não aceita mais aquela aula em que o professor fala e ele escuta.


   Esse professor, que hoje está na sala de aula, foi formado numa escola bancária que não permitiu questionar, criar, fazer, transformar. Ele é resultado de um processo educativo que ensinou o aluno a adaptar-se e acomodar-se, os conceitos lhe foram apresentados como verdades prontas, únicas e imutáveis, sua função era memorizar, imitar, plagiar. Não teve oportunidades de ter novas ideias, de fazer diferente, para entrar na sala de aula teve que se despir de suas experiências vividas, pois não foram concebidas como um saber significativo. Sempre atuou como espectador recebendo e aceitando conhecimento, sem jamais participar da sua construção, sem poder questionar ou argumentar. Sua visão foi fragmentada, sua leitura crítica abafada, sua individualidade negada, sua imaginação e criatividade tolhidas, seu conhecimento padronizado e estático.
    Esse profissional, que é produto de uma educação dominadora, muitas vezes acredita que está pronto, acabado, que domina muito bem os conteúdos necessários para dar suas aulas com sucesso, sem perceber que o foco não é o conteúdo, mas o aluno. Não tem plena consciência que dá aos alunos respostas prontas, sem problematizar o conteúdo, sem criar situações que promovam a reflexão, sem permitir uma troca entre os colegas e o próprio professor. Não permite ao aluno interagir, colaborar, dirigir suas ações e sair da posição de espectador assumindo o papel de protagonista do seu processo de construção do conhecimento.
Paulo Freire faz uma crítica a essa educação dominadora que é contrária ao diálogo afirmando que nela:
    O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos. (Freire, 1983, p.68).

Pensamento Infantil - A Construção da Moralidade(Revista Nova Escola)

http://www.youtube.com/watch?v=6tOavV48E9o

A Construção da Moralidade

http://www.youtube.com/watch?v=6tOavV48E9o